quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Análise ao FC Porto - Club Brugge (1-0)


Quem viu a primeira parte não previa que o Club Brugge fosse forçar o FC Porto a fazer um quarto de hora final onde se limitava a defender e perder tempo. Não é que os primeiros 45 minutos tivessem sido brilhantes, mas o domínio portista foi notório e o 1-0 verificado nesse período merecido. Na segunda metade a história foi diferente: Nuno voltou a fazer a equipa recuar por opção e foi deixando isso bem claro substituição após substituição. Mesmo assim, jogando em contra-ataque, o FC Porto teve várias oportunidades para matar o jogo e evitar aquela tremedeira final. Algumas notas:

(+) Danilo. Já não existem grandes palavras para descrever as exibições que vai assinando. Uma perda de bola desnecessária quase dava oportunidade ao Brugge de marcar mas não é o suficiente para manchar uma exibição extremamente positiva. Está uma autêntica máquina e, a continuar assim, pode ser forçado a instalar um "pirilampo" para poder trabalhar.

(+) Alex Telles. Intransponível na defesa, incansável no apoio ao ataque. Não fosse a exibição fabulosa de Danilo e seria o melhor em campo.

(+) O trio Felipe-Marcano-Danilo. Sei que já destaquei individualmente o internacional português, mas esta pequena sociedade merece também uma palavra. Fortes e destemidos a atacar a bola quando em posse do adversário são um autêntico muro à frente de Casillas. Uma espécie de Triângulo das Bermudas futebolístico, diria Freitas Lobo.

(+) Óliver e André Silva. O primeiro voltou às boas exibições, o segundo aos golos - ainda que com um bocado de sorte à mistura. Tirando isso, incansáveis como sempre, tanto a atacar como a defender.

(-) Herrera. Começa a ser um mistério perceber quais os motivos para merecer oportunidade atrás de oportunidade. Mais um jogo em que mais valia ter ficado em casa, tal foi a quantidade de passes mal medidos e de bolas perdidas de forma infantil, sendo que uma delas até lhe valeu o cartão amarelos logo aos três minutos de jogo.

(-) A gestão da vantagem. Sem que o Club Brugge apresentasse um futebol que o obrigasse, o FC Porto recuou. Assim sendo só há uma explicação: foi uma opção do treinador portista. Essa decisão aliada ao desacerto na finalização podiam ter ditado nova perda de pontos e colocado o apuramento para a fase seguinte da Liga do Campeões em causa. É importante que Nuno perceba rapidamente uma forma de gerir os resultados sem abdicar da iniciativa atacante e da posse de bola porque, acho que é demasiado óbvio, a equipa não se sente muito confortável a defender em bloco baixo.

Era importante vencer e o objectivo foi cumprido em serviços mínimos. Segue-se agora o Clássico frente ao Benfica e o cenário é o mesmo: a vitória reacende a luta pelo primeiro lugar, o empate deixa tudo em banho-maria e a derrota atira o FC Porto para bem longe da liderança.

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