sábado, 26 de novembro de 2016

Sem pernas e sem pontaria


Uma exibição de merda, uma arbitragem de merda, um banco de merda, um relvado de merda, um adversário de merda, um jogo de merda e um resultado de merda. É este o resumo perfeito do jogo que o FC Porto foi fazer ao Restelo.

Ainda esta semana elogiei o trabalho de Telmo Sousa e António Dias - recuperador e preparador físico, respectivamente - e essa ideia mantém-se, mas não há milagres. Hoje o cansaço fez-se notar na esmagadora maioria dos atletas do FC Porto e isso pesou no discernimento que podia ter valido a vitória na recta final do jogo caso a equipa tivesse tido algum. A sobreutilização desta equipa tem sido um dos pecados de Nuno e os problemas começam agora a aparecer.

Os Dragões tiveram sempre muita dificuldade em ultrapassar a defesa do Belenenses e as entradas de Depoitre, André André e Varela nada acrescentaram ao jogo, o que me faz entender o porquê do treinador portista usar sempre os mesmos, mas, ao mesmo tempo, me deixa revoltado por ver Brahimi ficar constantemente fora dos convocados. Será que Suk não tinha mesmo lugar neste plantel?

Vem aí a Taça da Liga. A única coisa que espero desta competição é que se dê descanso aos onze que começaram os últimos dois jogos. Ainda não é tarde para vencer o campeonato, mas é preciso atirar. De uma vez por todas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Uma televisão mais pública para uns do que para outros


"A RTP integra um universo rico e diversificado de marcas de televisão, rádio e online, sendo uma referência cultural para todos os portugueses. Na sua missão de serviço público assume relevância pela qualidade e diversidade da oferta, tanto na rádio como na televisão, bem como nos conteúdos que disponibiliza online." - Site oficial da RTP.

Esta descrição está, no mínimo, incompleta. Seria bastante oportuno acrescentar um asterisco em "diversidade de oferta" para depois explicar em letra pequeninas que no que ao futebol diz respeito a televisão pública, paga por todos os contribuintes, dá clara preferência aos clubes da capital.

O que faz um canal público, que apregoa a diversidade da oferta, quando tem três equipas a representar o país na prova de clubes mais importante do mundo? Simples: divide as seis transmissões que tem direito pelos três e oferece aos telespectadores dois jogos de cada uma. Mas como estamos a viver em Portugal não é assim que as coisas funcionam.

A RTP decidiu brindar-nos com três jogos do Benfica, dois do Sporting e apenas um do FC Porto. Os contribuintes benfiquistas puderam ver o seu clube na televisão pública em todos os jogos realizados no Estádio da Luz (vs. Besiktas, vs. Dínamo de Kiev e o ainda por realizar mas já agendado vs. Nápoles); os sportinguistas tiveram direito a assistir aos jogos em Alvalade que opuseram os Leões a Real Madrid e a Bórussia Dortmund; já os portistas ficaram-se pela transmissão do Leicester-FC Porto.

Cinco transmissões em directo de Lisboa em jogos da equipa da capital e zero a partir da Invicta. Isto porque o canal público de televisão deu-se ao luxo de nem colocar os pés do Estádio do Dragão, uma vez que o único jogo que se dignaram a transmitir dos Azuis e Brancos foi realizado em Inglaterra.

Até quando será permitido que um canal pago com o dinheiro de todos esteja ao serviço de alguns?

Este texto foi enviado para o FC Porto, para a SAD do FC Porto, para o Dragões Diário, para a RTP e para o Provedor do Telespectador.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Em defesa de Nuno


Já aqui critiquei o actual treinador do FC Porto. Bastante, até. Porque não arriscou; ou porque apostava sempre nos mesmos jogadores apesar dos resultados duvidosos; ou porque apostava demasiado em Herrera; ou porque não concordo com a forma como prepara a equipa para defender os cantos; ou porque defende as vantagens de forma covarde; e até porque demorou demasiado a encontrar a equipa ideal. Mas há coisas que ninguém devia criticar, sendo o jogo de ontem uma delas.

Esta onze foi testado pela primeira vez frente ao Benfica, tendo feito contra o Copenhaga apenas o segundo jogo. A forma como os Encarnados foram massacrados durante 60 minutos e os campeões da Dinamarca nos segundos 45 não está ao alcance de qualquer um. Nuno Espírito Santo (NES) tem de ter crédito por isso. Tenha demorado muito ou pouco, cometido mais ou menos erros pelo meio, agora nada importa. O que realmente interessa salientar é que este conjunto de jogadores forma uma equipa segura defensivamente, pressionante e capaz de criar jogadas de perigo de forma consistente. A este FC Porto falta apenas uma coisa: aproveitamento na finalização.

"Pode-se levar um burro à fonte, mas não obrigá-lo a beber", este ditado popular assenta como uma luva no actual momento dos Dragões. A equipa defende bem, circula bem a bola, chega a zona de finalização com facilidade e depois remata ao lado. Ou por cima. Ou fraco. Ou à figura do guarda-redes. Existem muitas vertentes em que se pode culpar um treinador, mas num caso tão especifico só por muita má-fé.

Ontem, na Dinamarca, NES não foi medroso nas substituições, foi inteligente. Porque a equipa estava a jogar bem, porque nenhum dos suplentes dava qualquer vantagem à equipa quando comparado com os que foram titulares e porque não competia ao FC Porto arriscar. O Copenhaga, a jogar em casa e a precisar de vencer, é que tinha a obrigação de procurar a vitória a todo custo. Mesmo assim quem procurou o golo durante a segunda parte toda foram os jogadores do FC Porto, mas a determinada altura deixou de compensar arriscar sofrer um golo e colocar o apuramento nas mãos de terceiros para tentar garanti-lo já.

O mês de Dezembro pode ser decisivo nas contas do campeonato e os Dragões, apesar do deslize na Taça de Portugal, da falta de pontaria e do "azar" nas arbitragens estão agora em claro crescimento no nível exibicional. O momento é de união e não de críticas gratuitas só porque está na moda ser exigente. E no dia de hoje vi muitas dessas espalhadas por essa Internet fora.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

No bom caminho


Não se trata de uma vitória moral, longe disso, mas admito que gostei de ver este FC Porto, especialmente o da segunda parte. Depois de um prolongamento no fim-de-semana, jogar com tanta intensidade e crer não está ao alcance de qualquer equipa. Mais ainda quando o adversário coloca também ele tanta intensidade no jogo como fez o Copenhaga e num relvado que envergonharia uma equipa das distritais. Os Dragões lutaram com quantas forças tinham e mereciam mais do que o empate. Algumas coisas que saltam à vista:

A boa preparação física dos jogadores do FC Porto. Telmo Sousa (recuperador físico) e António Dias (preparador físico) estão de parabéns. Nuno Espírito Santo tem abusado na utilização de vários elementos e estes parecem não ter qualquer problema com isso. As lesões têm sido raríssimas e ver a equipa correr como fez na Dinamarca depois de 120 minutos no último Sábado é sinal de que neste capítulo o clube está bem servido.

Com este onze a música é outra. Se fosse eu o treinador do FC Porto a equipa que começou hoje contra o Copenhaga seria praticamente a minha preferida - continuo a preferir Layún a Maxi. É certo que as dificuldades na finalização continuam, mas o resto está tudo lá. Cabe à SAD arranjar soluções válidas em Janeiro que permitam a NES alguma margem de manobra. E com isto chegamos ao próximo ponto:

Um banco a fazer de conta. O plantel é grande, talvez demais, mas a verdade é que os Dragões chegaram a um jogo que poderia ser decisivo na Liga dos Campeões com um lote de suplentes que claramente pouco conta para o treinador, como as substituições tardias (primeira ao minuto 84) e praticamente forçadas denunciaram. NES até se deu ao luxo de fazer apenas duas, tal era a (falta de) confiança nos restantes jogadores. E até prefiro nem comentar a ausência de Brahimi... De que vale a pena ter um plantel tão grande se são precisos quase os dedos de duas mãos para contar os atletas que estão só a fazer número?

Falta agora um jogo e é precisamente contra a última equipa que venceu o FC Porto: o já apurado Leicester City. Que o Telmo Sousa e o António Dias continuem a fazer um bom trabalho e que o André Silva e o Diogo Jota voltem a descobrir o caminho para a baliza o mais rapidamente possível, mas, mais importante que tudo, que esta vontade de vencer seja para manter em todos os jogos, começando já no próximo jogo no Restelo.