segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O nome estava errado, mas a Visão está-se a cumprir


É impossível falar de Luís Castro sem falar no projecto Visão 611, ou não tivesse sido ele o escolhido pela SAD para funcionar como uma espécie de mentor para uma reestruturação que o FC Porto pretendia e que tinha como objectivo desenvolver jovens talentos ao ponto de serem aproveitados para o plantel principal, isto entre 2006 e 2011. Toda a gente percebeu que o projecto foi um fracasso, mas o FC Porto resistiu à tentação de tentar corrigir um erro com outro erro, que seria demitir o vila-realense. No entanto, Luís Castro ficou para muitos como sendo o único responsável pelo desastre que foi o Visão 611, mesmo que o mesmo estivesse destinado a falhar desde o início.

Digo-o porque faltava um patamar essencial para que os jogadores se pudessem desenvolver: a equipa B. De nada valia a um jogador de 19 anos ter qualidade se não jogasse, mas para jogar tinha de ser emprestado e sujeita-se às mais diversas dificuldades porque no FC Porto não teria espaço. Actualmente a história é bem diferente: desde o retorno das formações secundárias que tem sido possível ver aumentar o número de jovens promessas a trabalhar e jogar com o plantel principal, sendo que actualmente são vários os jogadores que compõem o plantel dos Dragões que passaram pela equipa B e pelas mãos do agora treinador do Rio Ave.

As intenções eram as melhores, sem dúvida, mas as condições não eram favoráveis e foi sem grande espanto que chegou o ano de 2011 e toda a gente constatou que nem de perto nem de longe a espinha dorsal do plantel era oriunda da formação. Algum tempo depois, na época 2012/2013, as equipas B são autorizadas a competir na Segunda Liga e aí a conversa começou a mudar, o que nos leva a pensar que o projecto não foi um erro, apenas o timing em que foi lançado. Ou há dúvidas que se tivesses actualmente na recta final de um projecto Visão 1217 que já se poderia considerar o mesmo um sucesso?

Luís Castro sai, levando na mal o título de campeão da Segunda Liga e um Dragão de Ouro para melhor treinador, mas todo o resto se mantém com a subida de José Ferreirinha Tavares, até agora treinador-adjunto, a treinador principal do FC Porto B. Para trás deixa jogadores de enorme pontencial, como por exemplo Verdasca ou Rui Pedro, alguns deles já caras bem conhecidas dos portistas, sendo o exemplo máximo André Silva. Olhando agora em retrospectiva posso afirmar que o FC Porto acaba de perder um homem que deu muito ao clube e que merece que as coisas lhe corram bem nesta nova aventura. Obrigado, Luís.

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