quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Uma breve sobre a crescente falta de respeito pelo FC Porto

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Um dos administradores da página de facebook da casa de apostas bet.pt achou que era aceitável fazer uma graçola de tasca sobre Depoitre e, indirectamente, sobre o FC Porto. Isto é apenas mais um exemplo do à vontade com que actualmente qualquer entidade faz chacota de todo o universo portista. De minha parte perderam um cliente e espero que mais gente siga o meu exemplo. Talvez um dia os leve a pensar antes de gozarem com o FC Porto.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A verdade relativa de Casillas


Quando em entrevista ao Porto Canal foi questionado por Júlio Magalhães sobre a arbitragem, Casillas afirmou que em primeiro lugar culpava sempre a equipa - onde. obviamente, se inclui - e apenas depois terceiros. No entanto, não deixou de deixar reparos ao que aconteceu no jogo da Taça de Portugal em Chaves e do campeonato em Alvalade. Fora das críticas ficaram as equipas de arbitragem dos empates a zero em Tondela e Restelo porque, segundo Iker, os jogadores do FC Porto tinham por obrigação fazer mais e melhor, mostrar mais vontade de ganhar.

Tudo muito correcto, tudo verdade, e até se compreende que Casillas não queira exagerar abertamente nas críticas à arbitragem - mais não seja porque há gente no clube com mais obrigação de o fazer. Além disso, importa recordar que a entrevista foi anterior a novo ataque dos homens dos apitos (e das bandeiras) ao FC Porto. Acredito que se Júlio Magalhães lhe fizesse a mesma pergunta hoje a resposta seria diferente.

Jogos maus como os que os Dragões empataram a zero contra Tondela e Belenenses (para apenas nos mesmos que o internacional espanhol) todas as equipas têm. Nessa altura há dois factores que fazem a diferença: a sorte e a arbitragem. No caso do FC Porto, nem uma coisa nem outra. Dos rivais da Luz, basta ver o que se passou no Estoril - Benfica e comparar ao FC Porto - Chaves. Enquanto pela enésima nos últimos anos lá apareceu um penálti daqueles bem forçados (há quem diga inventados) a dar a vitória às Águias, no jogo do Dragão a equipa de arbitragem comandada por Vasco Santos tudo fez para retardar a recuperação portista, tendo inclusivamente anulado um golo legal e negado (mais) um penálti ao FC Porto.

Para quem gostar de coincidências: as melhores arbitragens que o FC Porto teve foram enquanto o Benfica tinha sete pontos de vantagem sobre os Azuis e Brancos. A derrota do líder do campeonato na Madeira accionou um dispositivo qualquer e lá voltaram os lapsos a favor dos vermelhos e contra os azuis.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Há males que vêm por bem


A lesão de Otávio

Não gosto de avaliar um jogador por apenas um jogo (ou parte dele), apesar de já o ter feito por mais do que uma vez, de estar prestes a fazê-lo de novo e de neste caso ser bastante óbvio, por isso esperei um bom número de minutos de futebol par poder afirmar que Brahimi é uma bênção para esta equipa. É sempre mau quando um jogador se lesiona e nem era preciso que tivesse acontecido isso a Otávio para que o camisola 8 tivesse lugar entre os eleitos, mas a verdade é que o FC Porto ganhou com esta situação negativa. Recuperou Brahimi e ganhou João Carlos Teixeira (espero que seja falsa a notícia do zerozero que dá conta de um empréstimo ao Brighton). O médio português tem muito futebol nos pés e é difícil aceitar que tenha estado tanto tempo longe das opções, tal como aconteceu com o argelino. Quanto a Otávio, quando regressar será mais uma opção que enriquecerá as escolhas de Nuno Espírito Santo (NES), uma vez que, tal como Brahimi, tem a capacidade desempenhar vários papéis e acabará sempre por conseguir tempo de jogo mesmo que não recupere a titularidade. Diogo Jota é um dos que vem perdendo fulgor e que tem de se cuidar para manter um lugar no onze.

O golo sofrido

A defesa do FC Porto é o sector mais experiente da equipa e o Casillas não anda nisto há 15 dias, mas o golo do Marítimo retirou aquela pressãozinha extra que o record de minutos sem sofrer poderia trazer. No próximo jogo a equipa já pode voltar a entrar em campo sem qualquer preocupação que não seja vencer, o que, apesar de tudo, é de saudar. Até se torna caricato que os Dragões tenham sofrido uma golo num momento da época em que parecia mais provável ver Pizzi do Benfica com a bola na mão do que Casillas. O futebol tem destas coisas.

Quanto ao FC Porto - Marítimo, foi uma vitória lógica dos Azuis e Brancos e onde, uma vez mais, apesar da arbitragem globalmente positiva de Bruno Esteves, ficou uma grande penalidade por marcar a favor do FC Porto. Quanto a NES, dois erros a apontar: o regresso ao recuo voluntário no terreno e as substituições. A combinação destes factores permitiram aos Madeirenses criar algumas jogadas de perigo e até marcar um golo, sendo que antes do recuo portista nada o fazia prever. A razão disto chama-se Chaves. Nuno tirou os três jogadores que melhor estavam a jogar (para efeitos de MVP passarei a desconsiderar Felipe, Marcano e Danilo para não ter de mencionar sempre os mesmos) e deixou outros em sub-rendimento a jogar. Em condições normais Óliver faria os 90 minutos, Corona e Brahimi talvez saíssem mais tarde e Diogo Jota seria o primeiro a sair. Nuno, tal como a maioria dos treinadores, diz que pensa jogo a jogo, mas hoje foi demasiado óbvio que houve uma desaceleração a partir do 2-0 e uma gestão de esforço a pensar no jogo de segunda-feira com o Desportivo de Chaves. De qualquer forma, a vitória nunca esteve risco de fugir e por isso é justo dizer que se tratou de um risco controlado.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Um Clássico tão importante para eles como para nós


O Clássico do próximo Domingo pode revelar-se fundamental para definir que equipas lutarão pelo campeonato. O FC Porto não entra em campo no Estádio da Luz mas pode beneficiar directamente do resultado que sair do Benfica vs. Sporting - tudo o que não seja uma vitória encarnada é positivo para os Dragões.

E a importância do derby lisboeta é tal que desde a derrota dos Leões frente ao Légia começou uma campanha de fragilização de Jorge Jesus (principalmente) e Bruno de Carvalho (em menor escala). Toda a gente sabe que o Benfica tem uma forte influência junto de muitos meios de comunicação social, sendo estes que agora tentam sobrevalorizar a eliminação do Sporting das provas europeias da mesma forma que na semana anterior ao FC Porto - Benfica foram preparando o universo benfiquista para a derrota que só por milagre não chegou.

A verdade é que os números de Jorge Jesus e Rui Vitória são muito semelhantes no que à Liga Portuguesa dizem respeito e o Sporting "só" precisa de vencer o Clássico para subir à liderança. Caso isso aconteça, o Benfica acumula a terceira derrota consecutiva e perde o primeiro lugar pouco tempo depois de ter uma vantagem considerável para o segundo classificado.

Olhando a estes factos, torna-se óbvio que tanto alarido em relação ao fracasso leonino na Liga dos Campeões serve apenas como distracção para o mau momento do Benfica e para desestabilizar o Sporting para um jogo importantíssimo não só para os dois rivais da capital mas também para o FC Porto.

Dos Dragões espera-se uma exibição forte e um vitória inequívoca para poder beneficiar do resultado entre os dois candidatos ao título da segunda circular, sabendo de antemão que basta o Benfica não sair vencedor para que o FC Porto volte a depender apenas de si próprio para por fim a um jejum de três épocas. E essa possibilidade, como se tem visto, assusta muita gente...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

As equipas constroem-se de trás para a frente


Quem nunca ouvi alguém afirmar que as grandes equipas de futebol devem ser construídas de trás para a frente, ou seja, da defesa para o ataque? É uma daquelas frases feitas e, muito provavelmente, a primeira que me lembro ouvir quando começava a minha vida como adepto do desporto rei. E parece que é neste principio que assenta o Porto de Nuno Espírito Santo (NES).

Acusado por muitos de ser um treinador com mentalidade de equipa pequena, o actual treinador dos Dragões tem desenvolvido uma equipa segura na defesa (apenas um golo sofrido nos últimos dez jogos) mas cada vez mais virada para o ataque. E não digo isto por causa desta vitória por 5-0 contra o campeão inglês, como podem comprovar aqui, aqui e aqui, mas sim porque é a realidade. O FC Porto pratica um futebol ofensivo e bastante objectivo que merece ser acompanhado por uma pontaria melhor, como foi o caso desta recepção ao Leicester. Dizer, como eu ouvi ontem e no passado Sábado, que "assim sim, é jogar à Porto", é ignorar por completo jogos onde a bola não entrou mas que as oportunidades se foram contando a um ritmo alucinante e onde todos os jogadores lutaram até ao último segundo pelo tão desejado golo. O jogar à Porto não pode estar dependente de a bola entrar ou não, porque assim o risco de crucificar bons treinadores e bons jogadores porque atravessa uma fase mais complicada aumenta de forma significativa.

Não há como o negar: ter uma boa defesa é importante, mas o passado recente diz-nos que em Portugal é preciso saber bater em mortos para vencer o campeonato. Era precisamente neste capítulo que o Porto de NES tem sentido mais dificuldades que, por sua vez, são elevadas pelo pouco aproveitamento na hora de rematar à baliza. O facto de o treinador do FC Porto não ter abdicado de um modelo que trouxe exibições muito positivas à equipa apesar de a bola teimar em não entrar pode ser determinante para o desfecho deste campeonato.

E é aqui que entram as opiniões dos experts: o FC Porto não arrisca tanto como devia. O defeito mais apontado à forma como os Azuis e Brancos jogam, segundo eles, reside no facto de Óliver construir o jogo muito atrás e, ainda segundo eles, ninguém assumir o jogo entre os habituais dois blocos de quatro ou cinco homens que o adversário coloca estacionado em frente à própria grande-área. A isto acrescentam que mesmo Danilo, Felipe e Marcano deveriam arriscar mais na saída de bola. Mas está tudo louco? Quantas equipas no mundo se dão ao luxo deixar apenas dois jogadores de campo mais recuados e colocar os outros oito em zonas mais avançadas?

E neste jogo com o Leicester ficou bem vincada a intenção de Nuno: o espaço nas costas dos dois avançados da equipa não é de ninguém mas é para ser explorado por todos, com prioridade para os extremos. Tendo os nomes do onze titular de ontem como exemplo, Brahimi e Corona têm como missão abandonar o respectivo flanco quando a jogada começa no lado oposto e procurar jogar entre as linhas adversárias. Com isto o flanco fica livre para ser explorado pelo lateral e por um dos avançados, preferencialmente Diogo Jota. Com isto a equipa ganha presença no centro do terreno mas sem nunca perder uma referência mais recuada com capacidade para fazer chegar a bola com qualidade onde for preciso (Óliver), sem nunca perder largura e sem nunca perder segurança defensiva (Danilo Felipe e Marcano, auxiliados rapidamente pelos laterais e por Óliver, vão chegando para suprimir a grande maioria dos ataques adversários). Quando o FC Porto é forçado a recuar são os próprios avançados, de forma aleatória, a assumir a responsabilidade de unir os sectores e impedir que os oponentes troquem a bola em terrenos recuados de forma tranquila.

Rigor na defesa e (aparente) anarquia no ataque, é esta a definição perfeita para o futebol que NES procura para esta equipa. Este estilo de jogo é difícil de afinar, mas a verdade é que a cada jogo que passa temos visto um FC Porto cada vez mais identificado com os processos descritos no parágrafo anterior. Se o trauma da falta de golos já estiver ultrapassado e se as arbitragens deixarem de influenciar resultados, é provável que 2016/2017 seja uma época histórica para os Dragões.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A arbitragem de Xistra no FC Porto - SC Braga


Admito que quando recebi a informação que seria Carlos Xistra a dirigir o jogo entre o FC Porto e o SC Braga a expressão "mais do mesmo" me passou pela cabeça. E os primeiro minutos pareciam querer dar-me razão, tal foram a quantidade de faltas que foram assinaladas desnecessariamente, ignorando a lei da vantagem, ou as preciosidades como obrigar um jogador que quer marcar uma falta de forma rápida a repetir o gesto mas com a bola 30 centímetros atrás. Mas já toda a gente sabe que o covilhanense gosta de aparecer e uma jornada destas não podia ser excepção.

Com o passar do tempo fui mudando de opinião e já perto do minuto 90 pensei : "se o tempo de compensação for aceitável ou o Braga acabar com o Rui Fonte à baliza tenho de escrever no blog que o Porto pela primeira vez na presente temporada acaba um jogo sem vencer e, ao mesmo tempo, sem queixas da arbitragem." E era essa a  minha opinião ainda sem acesso a qualquer repetição dos golos anulados, em especial ao Diogo Jota que me levantou muitas dúvidas. Pouco tempo depois aparece a placa com o tempo de descontos: sete minutos. E assim, de um momento para o outro, o FC Porto vê um árbitro conceder-lhe no mesmo jogo um penálti e um período de compensação condizente com o anti-jogo do adversário.

A conclusão disto só pode ser uma: tal só foi possível porque o FC Porto se queixou e, após tanto ruído, tornou-se inviável para quem apita prejudicar os Dragões de forma tão descarado como vinha a ser feito até ali. Espero que a lição tenha sido aprendida pela estrutura azul e branca e que no futuro eventuais prejuízos sejam denunciados de forma pronta e independentemente do resultado. Porque para se queixar quando não vence já existe o Rui Vitória. E ainda por cima de barriga cheia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Quem apenas procura defeitos só pode encontrar defeitos


Cinco empates, quatro deles 0-0, podem tolher as ideias a muita gente. Por isso mesmo não me espanta o que fui lendo nas últimas semanas um pouco por toda a Bluegosfera. Muito menos em alguns espaços que não têm feito outra coisa que não seja ridicularizar o Nuno desde o dia em que foi apresentado. Seja porque comunica de forma diferente, seja porque se preocupa com a parte defensiva da estratégia da equipa, ou porque uma vez se esqueceu de puxar o autoclismo no fim de fazer o serviço. Tudo neste FC Porto é esmiuçado na busca de um problema, de um defeito, e, obviamente, quando assim é não é possível encontrar virtudes em lado nenhum.

E o FC Porto de Nuno Espírito Santo (NES) tem muitos méritos. Falar na defesa já é inútil porque já todos perceberam que está ali um verdadeiro muro. Além disso esta equipa tem paixão, tem vontade de fazer mais e melhor. Tem qualidade individual colocada ao serviço do colectivo. Tem jogadores experientes, tem juventude, tem simplicidade de processos alternada com rasgos individuais. Este plantel tem muito Porto. Não podemos deixar que os (esperemos que passageiros) problemas na finalização nos façam esquecer tudo isto.

Nos últimos seis jogos os comandados de NES marcaram apenas dois golos, mas não é menos verdade que qualquer um dos adversários foi completamente massacrado durante largos minutos de jogo. Da próxima vez que ouvir alguém dizer que o FC Porto vive das individualidades pegue no telemóvel e desafie o autor de tal afirmação a ver o resumo do FC Porto - Benfica. Ou do Copenhaga - FC Porto. Ou do FC Porto - Braga. Em poucos minutos o mito cairá.

Nuno é o melhor treinador do mundo? Não, não é. O FC Porto é uma equipa perfeita? Longe disso. Mas é uma equipa jovem e em clara evolução, cheia de ambição e atitude, que merece ser apoiada. O Rui Pedro não salvou o treinador, ajudou uma equipa que muito tempo antes do camisola 59 ter entrado já merecia estar a vencer por vários golos de vantagem. NES teve a coragem de confiar num miúdo de 18 anos para fazer o que ninguém conseguia há quatro jogos - meter a bola na baliza -, mas mesmo assim ainda conseguiram gozá-lo criticá-lo por isso. Por vezes pergunto-me se o FC Porto precisa mesmo de inimigos...

P.S.: Chupa, Marafona.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Um jogo diferente mas com o mesmo desfecho


Uma noite diferente na Invicta, mas com o resultado do costume: empate a zero. A primeira jornada da fase de grupos da Taça da Liga ficou marcada, entre outras coisas, pela redescoberta do caminho para o Estádio do Dragão por parte da RTP. Enquanto uns ficam com a Liga dos Campeões nós temos que nos contentar com esta competição que merece tanto respeito dos portistas que o FC Porto, uma vez mais, decidiu não vender bilhetes para todas as bancadas e esperava ter cinco mil espectadores.

Nuno pediu o apoio da massa associativa e, mesmo tendo o clube tudo feito para espantar o público - 21h15 de uma Terça-Feira, a sério? - lá apareceram 15 mil corajosos, mais do triplo esperado. Quem fez um esforço para ver este jogo cedo percebeu que ia ser uma noite diferente, mais não fosse pelas muitíssimas alterações na equipa. Mas nem só. O árbitro Nuno Almeida, que nenhuma culpa tem no golo mal anulado aos Dragões, fez uma arbitragem sem pressão e sem aquele sentimento de necessidade de prejudicar o FC Porto e, por isso mesmo, não permitiu aos jogadores do Belenenses que jogassem duro, o que resultou em quatro cartões ainda na primeira parte - três amarelos e um vermelho directo. Um record na presente temporada.

Dentro das várias novidades na equipa destaque para o jovem Inácio. O canhoto da equipa B mostrou que pode ser um jogador a ter em conta no futuro e o melhor que lhe posso desejar é que não tenha a mesma sorte de Quiño ou Víctor García que também mostraram valor mas nunca mereceram continuidade na aposta. Depoitre parece apostado em confirmar que nunca devia ter apanhado o avião para Portugal; João Carlos Teixeira - ou só João como decidiu estampar na camisola - jogou apenas 15 minutos e por pouco ia sendo o melhor em campo, o que levanta ainda mais as dúvidas em relação à pouca utilização, nula até hoje, que o treinador lhe dá; e Brahimi mostrou que pode/tem de ser uma alternativa válida, seja no lugar de Jota, Otávio ou Corona. Uma palavra também para Evandro que se exibiu a bom nível.

Valeu pelo descanso dado aos habituais titulares que no próximo Sábado têm o futuro do técnico (no pressure) na baliza que o Braga vai defender no Dragão. No meio disto tudo, mais um 0-0. Parece mesmo que Nuno está apostado em fazer História, mas pelos motivos errados.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Faça-se, então, História


Segundo o jornal O Jogo, para que imagens como estas voltem a ser uma realidade para os portistas, Nuno terá de fazer História uma vez que nunca o FC Porto foi campeão com apenas 22 pontos nesta altura do campeonato.

É difícil neste momento dar um voto de confiança à direcção e ao treinador, mas por ser difícil é que o estou a fazer. Desde o início da temporada que a SAD tem tomado decisões de extrema dificuldade, sendo a mais visível de todas a troca de Antero Henrique por Luís Gonçalves - um homem com fortes ligações à formação e ao scouting. Recorde-se ainda que o novo homem forte do futebol não teve qualquer influência na construção deste plantel, sendo que o seu trabalho começará a ser posto à prova no mercado de Janeiro. E esse trabalho não será fácil. O plantel tem de ser reestruturado tendo em vista o modelo de jogo adoptado pelo treinador e com opções credíveis para alguns sectores mais carenciados. Se para isso tiver de se limpar alguns dos pesos mortos do grupo, melhor ainda.

Estou longe de concordar com tudo o que a administração fez. Tenha sido a pedido de Nuno ou não, não se pode imputar ao treinador, pelo menos de forma exclusiva, a contratação de Depoitre quando há jogadores de igual ou superior valia emprestados. O será que Suk, Aboubakar, Ghilas ou até Gonçalo fariam pior que o belga? Assim como não se pode apontar o dedo unicamente à SAD pela não venda de Herrera. Para muitos, grupo onde me incluo, recusar 30 milhões de Euros por um jogador com tantas lacunas é de bradar aos céus, mas se o mexicano ficou é porque o treinador achou que era importante para o grupo.

Entretanto os resultados não têm sido os melhores e tudo é posto em causa, mas há uma coisa que ninguém pode negar apesar de todos este equívocos: o onze base é bom e, apesar da inexperiência de grande parte dos jogadores, tem atitude perante as adversidades. Esta equipa merece ser apoiada porque pelo menos deixa tudo em campo e merecia ter um banco melhor para a ajudar nas horas mais complicadas. Além disso, nota-se que a postura de quem manda no clube tem vindo a mudar desde a entrada de Luís Gonçalves. Não sei se por influência directa do novo administrador ou por pressão dos adeptos, mas tem-se notado uma crescente vontade de fazer mais e melhor pelo FC Porto.

Agora é tempo de assumir os erros, aguentar o barco até dia 31 de Dezembro e começar a corrigi-los logo na primeira semana do mercado de Inverno. Se entretanto Nuno não demonstrar que merece o lugar que ocupa não faltam por aí bons treinadores desempregados, mas até lá só nos resta fazer das tripas coração e apoiar a equipa. Se não for pelo treinador, que seja pelos jogadores. Se não for pelos jogadores, que seja pelo emblema que carregam ao peito.

sábado, 26 de novembro de 2016

Sem pernas e sem pontaria


Uma exibição de merda, uma arbitragem de merda, um banco de merda, um relvado de merda, um adversário de merda, um jogo de merda e um resultado de merda. É este o resumo perfeito do jogo que o FC Porto foi fazer ao Restelo.

Ainda esta semana elogiei o trabalho de Telmo Sousa e António Dias - recuperador e preparador físico, respectivamente - e essa ideia mantém-se, mas não há milagres. Hoje o cansaço fez-se notar na esmagadora maioria dos atletas do FC Porto e isso pesou no discernimento que podia ter valido a vitória na recta final do jogo caso a equipa tivesse tido algum. A sobreutilização desta equipa tem sido um dos pecados de Nuno e os problemas começam agora a aparecer.

Os Dragões tiveram sempre muita dificuldade em ultrapassar a defesa do Belenenses e as entradas de Depoitre, André André e Varela nada acrescentaram ao jogo, o que me faz entender o porquê do treinador portista usar sempre os mesmos, mas, ao mesmo tempo, me deixa revoltado por ver Brahimi ficar constantemente fora dos convocados. Será que Suk não tinha mesmo lugar neste plantel?

Vem aí a Taça da Liga. A única coisa que espero desta competição é que se dê descanso aos onze que começaram os últimos dois jogos. Ainda não é tarde para vencer o campeonato, mas é preciso atirar. De uma vez por todas.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Uma televisão mais pública para uns do que para outros


"A RTP integra um universo rico e diversificado de marcas de televisão, rádio e online, sendo uma referência cultural para todos os portugueses. Na sua missão de serviço público assume relevância pela qualidade e diversidade da oferta, tanto na rádio como na televisão, bem como nos conteúdos que disponibiliza online." - Site oficial da RTP.

Esta descrição está, no mínimo, incompleta. Seria bastante oportuno acrescentar um asterisco em "diversidade de oferta" para depois explicar em letra pequeninas que no que ao futebol diz respeito a televisão pública, paga por todos os contribuintes, dá clara preferência aos clubes da capital.

O que faz um canal público, que apregoa a diversidade da oferta, quando tem três equipas a representar o país na prova de clubes mais importante do mundo? Simples: divide as seis transmissões que tem direito pelos três e oferece aos telespectadores dois jogos de cada uma. Mas como estamos a viver em Portugal não é assim que as coisas funcionam.

A RTP decidiu brindar-nos com três jogos do Benfica, dois do Sporting e apenas um do FC Porto. Os contribuintes benfiquistas puderam ver o seu clube na televisão pública em todos os jogos realizados no Estádio da Luz (vs. Besiktas, vs. Dínamo de Kiev e o ainda por realizar mas já agendado vs. Nápoles); os sportinguistas tiveram direito a assistir aos jogos em Alvalade que opuseram os Leões a Real Madrid e a Bórussia Dortmund; já os portistas ficaram-se pela transmissão do Leicester-FC Porto.

Cinco transmissões em directo de Lisboa em jogos da equipa da capital e zero a partir da Invicta. Isto porque o canal público de televisão deu-se ao luxo de nem colocar os pés do Estádio do Dragão, uma vez que o único jogo que se dignaram a transmitir dos Azuis e Brancos foi realizado em Inglaterra.

Até quando será permitido que um canal pago com o dinheiro de todos esteja ao serviço de alguns?

Este texto foi enviado para o FC Porto, para a SAD do FC Porto, para o Dragões Diário, para a RTP e para o Provedor do Telespectador.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Em defesa de Nuno


Já aqui critiquei o actual treinador do FC Porto. Bastante, até. Porque não arriscou; ou porque apostava sempre nos mesmos jogadores apesar dos resultados duvidosos; ou porque apostava demasiado em Herrera; ou porque não concordo com a forma como prepara a equipa para defender os cantos; ou porque defende as vantagens de forma covarde; e até porque demorou demasiado a encontrar a equipa ideal. Mas há coisas que ninguém devia criticar, sendo o jogo de ontem uma delas.

Esta onze foi testado pela primeira vez frente ao Benfica, tendo feito contra o Copenhaga apenas o segundo jogo. A forma como os Encarnados foram massacrados durante 60 minutos e os campeões da Dinamarca nos segundos 45 não está ao alcance de qualquer um. Nuno Espírito Santo (NES) tem de ter crédito por isso. Tenha demorado muito ou pouco, cometido mais ou menos erros pelo meio, agora nada importa. O que realmente interessa salientar é que este conjunto de jogadores forma uma equipa segura defensivamente, pressionante e capaz de criar jogadas de perigo de forma consistente. A este FC Porto falta apenas uma coisa: aproveitamento na finalização.

"Pode-se levar um burro à fonte, mas não obrigá-lo a beber", este ditado popular assenta como uma luva no actual momento dos Dragões. A equipa defende bem, circula bem a bola, chega a zona de finalização com facilidade e depois remata ao lado. Ou por cima. Ou fraco. Ou à figura do guarda-redes. Existem muitas vertentes em que se pode culpar um treinador, mas num caso tão especifico só por muita má-fé.

Ontem, na Dinamarca, NES não foi medroso nas substituições, foi inteligente. Porque a equipa estava a jogar bem, porque nenhum dos suplentes dava qualquer vantagem à equipa quando comparado com os que foram titulares e porque não competia ao FC Porto arriscar. O Copenhaga, a jogar em casa e a precisar de vencer, é que tinha a obrigação de procurar a vitória a todo custo. Mesmo assim quem procurou o golo durante a segunda parte toda foram os jogadores do FC Porto, mas a determinada altura deixou de compensar arriscar sofrer um golo e colocar o apuramento nas mãos de terceiros para tentar garanti-lo já.

O mês de Dezembro pode ser decisivo nas contas do campeonato e os Dragões, apesar do deslize na Taça de Portugal, da falta de pontaria e do "azar" nas arbitragens estão agora em claro crescimento no nível exibicional. O momento é de união e não de críticas gratuitas só porque está na moda ser exigente. E no dia de hoje vi muitas dessas espalhadas por essa Internet fora.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

No bom caminho


Não se trata de uma vitória moral, longe disso, mas admito que gostei de ver este FC Porto, especialmente o da segunda parte. Depois de um prolongamento no fim-de-semana, jogar com tanta intensidade e crer não está ao alcance de qualquer equipa. Mais ainda quando o adversário coloca também ele tanta intensidade no jogo como fez o Copenhaga e num relvado que envergonharia uma equipa das distritais. Os Dragões lutaram com quantas forças tinham e mereciam mais do que o empate. Algumas coisas que saltam à vista:

A boa preparação física dos jogadores do FC Porto. Telmo Sousa (recuperador físico) e António Dias (preparador físico) estão de parabéns. Nuno Espírito Santo tem abusado na utilização de vários elementos e estes parecem não ter qualquer problema com isso. As lesões têm sido raríssimas e ver a equipa correr como fez na Dinamarca depois de 120 minutos no último Sábado é sinal de que neste capítulo o clube está bem servido.

Com este onze a música é outra. Se fosse eu o treinador do FC Porto a equipa que começou hoje contra o Copenhaga seria praticamente a minha preferida - continuo a preferir Layún a Maxi. É certo que as dificuldades na finalização continuam, mas o resto está tudo lá. Cabe à SAD arranjar soluções válidas em Janeiro que permitam a NES alguma margem de manobra. E com isto chegamos ao próximo ponto:

Um banco a fazer de conta. O plantel é grande, talvez demais, mas a verdade é que os Dragões chegaram a um jogo que poderia ser decisivo na Liga dos Campeões com um lote de suplentes que claramente pouco conta para o treinador, como as substituições tardias (primeira ao minuto 84) e praticamente forçadas denunciaram. NES até se deu ao luxo de fazer apenas duas, tal era a (falta de) confiança nos restantes jogadores. E até prefiro nem comentar a ausência de Brahimi... De que vale a pena ter um plantel tão grande se são precisos quase os dedos de duas mãos para contar os atletas que estão só a fazer número?

Falta agora um jogo e é precisamente contra a última equipa que venceu o FC Porto: o já apurado Leicester City. Que o Telmo Sousa e o António Dias continuem a fazer um bom trabalho e que o André Silva e o Diogo Jota voltem a descobrir o caminho para a baliza o mais rapidamente possível, mas, mais importante que tudo, que esta vontade de vencer seja para manter em todos os jogos, começando já no próximo jogo no Restelo.

sábado, 19 de novembro de 2016

Como roubar um doce a uma criança


Tive a infelicidade de não poder ver o jogo que ditou o afastamento do FC Porto da Taça de Portugal e por isso não me poderei alongar muito sobre as opções de Nuno ou sobre as exibições dos jogadores, mas, depois de ver o resumo, há uma figura que salta à vista: João Capela.

Eu não sou daqueles que, talvez levados por um certo sentimento de superioridade, diz após um mau resultado que se os jogadores se tivessem esforçado mais ou não tivessem desperdiçado tantos lances que a vitória não escaparia. Isso até pode ser verdade, mas não desculpa tudo. O FC Porto tem sido prejudicado de forma sistemática e até agora, de toda a estrutura, apenas Luís Gonçalves foi objectivo nas críticas à arbitragem. Fora isso tem sido um silêncio absoluto que vai sendo cúmplice desta situação vergonhosa.

A realidade é que é muito fácil prejudicar o FC Porto. Vejamos o exemplo de Luís Filipe Vieira: esta semana foi castigado com umas suspensão de 60 dias porque no final do empate (1-1) entre Benfica e Vitória de Setúbal criticou fortemente a actuação do árbitro que até assinalou uma grande penalidade bem forçadinha a favor dos Encarnados. O resultado disto tudo são arbitragens como a de Artur Soares Dias no Clássico: teve um jogo bastante positivo e que em muito estava a beneficiar o espectáculo, mas na hora da verdade, quando se viu perante um lance de dúvida, decidiu contra o FC Porto e em favor do Benfica. Mitroglou joga a bola com o braço que depois vai também ao braço de Felipe, o que resulta num lance de golo anulado e, em simultâneo, uma grande penalidade por assinalar a favor dos Azuis e Brancos.

Nem sempre é possível jogar bem, isso é um facto. Muito menos quando a equipa é tão inexperiente no ataque e no meio-campo como é actualmente a do FC Porto. Mas, olhando a factos, sem erros de arbitragem neste momento o desfecho de todos os jogos em que os Dragões não venceram poderia ter sido outro. E por outro entenda-se favorável ao FC Porto. O problema é que ninguém do clube dá a cara. Protestar pelo Dragões Diário, pelo Facebook e até pelo site oficial torna-se praticamente irrelevante porque quase não faz eco na comunicação social.

Torna-se imperial que a administração do FC Porto saia do buraco onde tem vivido e assuma uma postura mais agressiva perante os sucessivos casos de prejuízo provocado pelas arbitragens que tem atrasado o clube na luta por troféus. São esses mesmos erros que têm ajudado escandalosamente os rivais de Lisboa e que contribuíram em grande parte para a seca dos últimos três anos. Se qualquer um dos funcionários do FC Porto - treinador, director geral, administradores, presidente, etc. - achar que não está à altura das exigências é porque chegou a altura de deixar outras pessoas entrarem no clube.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Os melhores jogadores jovens do FC Porto no Football Manager 2017

Curioso por ver a evolução de alguns jogadores mais jovens nos quadros do FC Porto? Eu também estava e, por isso mesmo, deixei a simulação correr durante cinco épocas, sem qualquer intervenção humana. Abaixo estão screenshots de alguns atletas que evoluíram o suficiente para serem, no mínimo, um jogador de rotação num plantel competitivo. Se tiver curiosidade em ver a evolução de alguém que não esteja na lista deixe o nome do jogador em questão num comentário que terei todo o gosto em satisfazer esse desejo.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Dar mais Porto ao Porto

João Pinto é uma figura incontornável do FC Porto e foi um dos grandes capitães da História do clube. Numa altura em que muito se fala da perda de mística no balneário e da falta de ADN portista no plantel, é com enorme prazer e esperança que vejo ser contratado um símbolo do FC Porto para fazer parte da estrutura.

Não sei que funções irá exercer como adjunto de Luís Gonçalves e espanta-me que o director geral precise de alguém a ajudá-lo no dia-a-dia, por isso imagino que o principal papel do antigo capitão dos Dragões será transmitir aos jogadores que estão agora ao serviço do FC Porto os valores do jogador "à Porto".

Numa altura que o clube atravessa um momento complicado quer a nível desportivo, quer a nível financeiro, é importante que toda a gente esteja de olhos postos no objectivo comum: trazer o título de campeão de volta para a Invicta. E quem melhor que João Pinto para relembrar diariamente ao plantel que com trabalho e união tudo é possível?

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O nome estava errado, mas a Visão está-se a cumprir


É impossível falar de Luís Castro sem falar no projecto Visão 611, ou não tivesse sido ele o escolhido pela SAD para funcionar como uma espécie de mentor para uma reestruturação que o FC Porto pretendia e que tinha como objectivo desenvolver jovens talentos ao ponto de serem aproveitados para o plantel principal, isto entre 2006 e 2011. Toda a gente percebeu que o projecto foi um fracasso, mas o FC Porto resistiu à tentação de tentar corrigir um erro com outro erro, que seria demitir o vila-realense. No entanto, Luís Castro ficou para muitos como sendo o único responsável pelo desastre que foi o Visão 611, mesmo que o mesmo estivesse destinado a falhar desde o início.

Digo-o porque faltava um patamar essencial para que os jogadores se pudessem desenvolver: a equipa B. De nada valia a um jogador de 19 anos ter qualidade se não jogasse, mas para jogar tinha de ser emprestado e sujeita-se às mais diversas dificuldades porque no FC Porto não teria espaço. Actualmente a história é bem diferente: desde o retorno das formações secundárias que tem sido possível ver aumentar o número de jovens promessas a trabalhar e jogar com o plantel principal, sendo que actualmente são vários os jogadores que compõem o plantel dos Dragões que passaram pela equipa B e pelas mãos do agora treinador do Rio Ave.

As intenções eram as melhores, sem dúvida, mas as condições não eram favoráveis e foi sem grande espanto que chegou o ano de 2011 e toda a gente constatou que nem de perto nem de longe a espinha dorsal do plantel era oriunda da formação. Algum tempo depois, na época 2012/2013, as equipas B são autorizadas a competir na Segunda Liga e aí a conversa começou a mudar, o que nos leva a pensar que o projecto não foi um erro, apenas o timing em que foi lançado. Ou há dúvidas que se tivesses actualmente na recta final de um projecto Visão 1217 que já se poderia considerar o mesmo um sucesso?

Luís Castro sai, levando na mal o título de campeão da Segunda Liga e um Dragão de Ouro para melhor treinador, mas todo o resto se mantém com a subida de José Ferreirinha Tavares, até agora treinador-adjunto, a treinador principal do FC Porto B. Para trás deixa jogadores de enorme pontencial, como por exemplo Verdasca ou Rui Pedro, alguns deles já caras bem conhecidas dos portistas, sendo o exemplo máximo André Silva. Olhando agora em retrospectiva posso afirmar que o FC Porto acaba de perder um homem que deu muito ao clube e que merece que as coisas lhe corram bem nesta nova aventura. Obrigado, Luís.

sábado, 12 de novembro de 2016

Meia distância, uma arma a explorar


O que têm em comum Rio Ave, AS Roma, Vitória de Guimarães, Copenhaga, Boavista e Brugge? Se responde "foram as equipas a quem o FC Porto conseguiu marcar com remates de fora da área", acertou. São seis golos de meia ou longa distância num total de 30 que os Dragões já conseguiram em 2016/2017 contando apenas jogos oficiais. Quem olha para estes números diria que não são maus, que 20% é uma média excelente, mas seria um erro olhar para os números sem pensar como aconteceram, especialmente neste caso. Por vezes os dados estatísticos podem ser muito enganadores, como, por exemplo, um "estudo" que circulava por aí na última semana onde se tentava demonstrar através de golos e assistências que Herrera é mais importante para o FC Porto do que foi João Moutinho. Assim sendo, o melhor é relembrar como é que esses seis golos de meia distância foram conseguidos e só depois tirar as devidas conclusões.

Vs. Rio Ave -  Remate forte e colocado de Herrera que não dá qualquer hipótese de defesa a Cássio.

Vs. AS Roma - Num lance rápido de contra-ataque Layún aproveita a saída disparatada de Szczęsńy para o contornar e rematar para uma baliza deserta. O erro do guarda-redes adversário deve-se em grande parte ao facto de a sua equipa estar a jogar com menos dois elementos que haviam sido expulsos ainda o jogo ia no minuto 50.

Vs. Vitória de Guimarães - Remate forte de Otávio no limite da grande-área que sofre um desvio em Óliver e trai Douglas.

Vs. Copenhaga - Otávio vê a oportunidade e atira em força e fora do alcance do guarda-redes adversário.

Vs. Boavista - Cruzamento de Alex Telles sai à figura de Agayev mas acaba por se transformar num frango monumental.

Vs. Brugge - Contra-ataque para o Azuis e Brancos, que por acaso até jogavam de amarelo, Layún encontra-se momentaneamente isolado mas ao ver que iria ser alcançado arrisca o remate. Grande golo do mexicano.

Erro do guarda-redes, desvio e frango contra Roma, Vitória de Guimarães e Boavista, respectivamente. Tudo golos que, em condições ditas normais não teriam acontecido e que reduziria para metade o números de golos que o FC Porto consegue em remates de longe para apenas três. E, assim de um momento para o outro, os números deixam de ser tão animadores.

Não era necessário recorrer à estatística para perceber que os jogadores portistas não estão a aproveitar devidamente a meia distância como meio para conseguir o golo. Quando o fazem ou é tarde demais, ou o remate sai fraco ou torto. Muitas vezes, até, fica a sensação que não arriscam esse tipo de jogada quando havia oportunidade. Isto deve-se em grande parte às características dos jogadores. Quem não se lembra de remates fracos e à figura, por vezes em situação privilegiada, de jogadores como Corona, André André ou Óliver.

A boa notícia é que os remates de meia distância podem e devem ser treinados. Obviamente que André André nunca chegará ao nível de Guarín ou Corona de Hulk, mas certamente que com trabalho árduo conseguiriam outro tipo de aproveitamento. Depois entra a parte táctica e profundidade do plantel que têm de ser exploradas pelo treinador. Em jogos contra os chamados autocarros, Nuno tem de arranjar maneira de colocar jogadores como Layún e Sérgio Oliveira - que aparentam ser os melhores rematadores deste FC Porto - em zonas onde possam rematar de longe mas em condições de conseguir marcar golo. E o que não faltam por aí são exemplos de jogos ganhos com um remate a 30 metros da baliza.

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

"FC Porto Interactivo" nas redes sociais


O "FC Porto Interactivo" foi criado com o intuito de promover o debate entre portistas sobre os mais variados temas em volta de um amor comum: o FC Porto. Assim sendo, é natural que haja a necessidade e a vontade de alargar este espaço a cada vez mais leitores e, ao mesmo tempo, mais plataformas. Para isso foram criadas contas em algumas das redes sociais que podem ser seguidas por qualquer pessoa e que serão o melhor meio para receber de forma cómoda e rápida as últimas novidades do "FC Porto Interactivo". Em só seguir os links abaixo:


Obrigado pela sua visita e não se esqueça de partilhar com os seus amigos!

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Nuno, temos um problema...


É tema recorrente nas conferências de imprensa no final dos jogos: a falta de aproveitamento na finalização quando se olha às inúmeras oportunidades de golo que a equipa do FC Porto vai dispondo semana após semana. Nuno usa a mesma desculpa - chamemos-lhe assim, apesar de haver um fundo de verdade nessa análise - que Lopetegui e Paulo Fonseca usavam quando as coisas corriam mal ou se mostraram mais difíceis que o inicialmente esperado. Mas a equipa tem mais problemas além desse, sendo que a dificuldade em defender bolas paradas é o que mais salta à vista. E o actual treinador dos Dragões parece ignorá-lo, tal como os dois últimos treinadores a iniciar uma época nessa função.

Até ao momento o FC Porto sofreu nove golos - uns mais legais, outros menos -  nos jogos oficiais que disputou, tendo sido apenas quatro em jogadas ditas de bola corrida. Os cinco que faltam foram sofridos em cantos (3) e livres junto à área (2). Ou seja, mais de metade das vezes que a bola entra na baliza habitualmente defendida por Casillas é porque o adversário beneficiou de um livre ou de um canto e não por terem conseguido desmontar a muralha defensiva que o espanhol tem à frente.

Roma, Rio Ave e Benfica foram os adversários a marcarem na sequência de um pontapé de canto, Sporting e Boavista foram quem marcou na sequência de pontapés livres. Se podemos argumentar que ambos os golos de livre foram consentidos muito por culpa de erros de arbitragem (fora-de-jogo no caso dos Axadrezados e mão na bola no caso dos Leões), os golos sofridos após a marcação de um canto aconteceram porque, nessa jogada, os adversários foram simplesmente mais fortes/melhores.

Nuno implementou no FC Porto uma marcação mista, da qual não sou apreciador, para defender esse tipo de jogadas. Um dos defeitos que a marcação mista traz anexado é a necessidade de ser adaptada jogo após jogo às características dos jogadores da equipa contrária mas também daqueles que estão nesse momento a defender as cores do FC Porto, tornando-se assim difícil de dominar por completo e, olhando aos números, pouco fiável. Outra opção seria a marcação homem a homem, casa vez mais em desuso devido à facilidade com que quem ataca consegue ganhar uma grande penalidade ou simplesmente fugir ao defensor para fazer o golo, mas também ela seria uma aposta perdida para Nuno Espírito Santo (NES) muito por culpa da baixa estatura de quase metade do onze base, além dos problemas já identificados. Resta uma opção: a marcação à zona.

Como tudo no futebol, a marcação à zona nos lances de canto não é infalível. No entanto, face às regras cada vez mais apertadas para quem defende, tornou-se a mais viável de há alguns anos a esta parte. E tendo NES um onze cada vez mais definido, torna-se mais fácil treinar essas jogadas de forma a que o FC Porto seja mais competitivo nas mesmas jogo após jogo. É certo que cada treinador tem uma maneira própria de trabalhar cada aspecto do jogo, mas em futebol é preciso estar sempre atento porque o que ontem era garantia de sucesso, amanhã pode já não prestar.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

A arte de bater nos mais pequenos


Pode-se gostar mais ou menos da personagem, mas ninguém pode tirar a Jorge Jesus (JJ) o mérito por ter recuperado um método há muito não usado para vencer campeonatos: dizimar as equipas mais fracas. Desde o Porto de Co Adriaanse, completamente virado para o ataque com alterações entre o 3-4-3 e o 3-3-4, que ninguém o fazia, mas o amadorense levou essa filosofia para o Benfica e foi campeão na primeira tentativa. Claro que os factores externos o ajudaram, mas hoje não estamos aqui para discutir isso.

Embora com modelos tácticos diferentes - o tal 3-4-3 de Adriaanse é bem diferente do 4-4-2 de JJ -, a filosofia é a mesma e os resultados muito semelhantes: facilidade em vencer as equipas mais frágeis, mais dificuldade contra adversários de alguma valia e uma atrapalhação enorme nos clássicos. Rui Vitória, ao chegar ao comando das Águias, ainda tentou implementar um filosofia própria, mas os maus resultados forçaram-no a seguir o caminho do plágio ao antecessor que entretanto começava a formatar o rival Sporting à ideia do "rolo compressor".

O FC Porto, pelas mãos de Villas-Boas, primeiro, e Vítor Pereira - altamente menosprezado -, depois, ainda conseguiram contrariar essa tendência vencendo três campeonatos consecutivos a jogar em 4-3-3 com uma estratégia bem mais equilibrada, mas os últimos três anos de seca e o arranque algo tremido da presente temporada parecem ter levado Nuno Espírito Santo a juntar os Dragões ao comboio dos bullies.

O primeiro ensaio, algo dissimulado, foi frente ao Arouca (vitória dos Azuis e Brancos por 3-0), onde NES aproveitou a ausência de Otávio para testar um meio-campo com Óliver como interior esquerdo e Corona como interior direito. No passado Domingo, frente ao grande rival Benfica, essa estratégia voltou com apenas duas alterações em relação ao jogo frente ao Arouca: Maxi rendeu Layún e Otávio foi o escolhido para completar o meio-campo em detrimento de Herrera. Apesar do empate - festejado efusivamente pelos jogadores encarnados, talvez por estarem conscientes que deviam ter saído do Dragão com uma derrota pesada -, a equipa do FC Porto deixou excelentes indicações e só não venceu por uma série de factores aliados ao facto de ser o Benfica a equipa que há mais tempo usa o método de vergar os mais fracos, o que lhe confere um conhecimento mais aprofundado do que tem de fazer um pequenino para se defender quando se encontra numa situação de tão grande aperto.

A partir de agora Nuno só tem um caminho: continuara trabalhar e melhorar a equipa que ridicularizou durante 60 minutos o líder do campeonato. O resto virá por acréscimo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Onde andava esta equipa?


Antes de irmos à resposta, importa fazer um pequeno apanhado do que aconteceu nos últimos dias antes do Clássico. A primeira coisa que precisa ser dita por alguém é a seguinte: o Benfica foi ao Estádio do Dragão mentalizado e preparado para perder. A comunicação social amiga foi passando a mensagem de que na época passada os comandados de Rui Vitória apenas venceram um em quatro clássicos (duas derrotas frente ao FC Porto; uma vitória e uma derrota contra o Sporting) e mesmo assim foi campeão. Depois disso veio o choradinho das ausências forçadas e a história do Benfica desfalcado, tendo o ponto alto sido a conferência de imprensa de antevisão ao jogo onde Rui Vitória, respondendo a uma pergunta nada inocente da BTV, dava de mão beijada a confirmação de que Fejsa e Grimaldo se juntariam a Rafa e Jonas como baixas na deslocação ao Porto. Tudo isto serviu para passar a mensagem de coitadinhos, que iam lutar contra todas as adversidades mas que, apesar de tudo, mesmo que fossem derrotados nada estava perdido, porque a comunicação social diz que no ano passado também foi assim e que acabou a festejar foram os Encarnados.

A pergunta que se impõe é: dos quatro ausentes, quem poderia realmente fazer a diferença perante um FC Porto tão dominante? Fejsa seria a minha resposta. Os restantes servem apenas para vender a ideia de um Benfica super-desfalcado, mas na realidade qualquer um deles é bom quando a equipa tem a bola e bastante limitado nas tarefas defensivas. Jonas, em especial, tem sido anedótico nos jogos contra equipas de maior estatuto. Tendo sido o Benfica remetido pelos Dragões à própria área, seria sempre indiferente quem estaria no ataque a ver o adversário massacrar.

Com isto chegamos à resposta à pergunta que dá título a este texto: estava lá desde sempre, mas Nuno nunca tinha olhado para ela. Foi preciso o FC Porto estar numa situação de "vida ou morte" para que o treinador decidisse meter a carne toda no assador. Mais, enquanto o 1-0 não chegou, Rui Vitória nunca conseguiu minimizar os danos causados pelos Dragões na defesa encarnada, sendo completamente dominado tacticamente por Nuno Espírito Santo (NES). A equipa do Benfica pareceu sempre em inferioridade numérica tal era a facilidade com que o FC Porto se colocava em situações de três para dois nas alas ou de cinco para quatro no ataque. Infelizmente, como aqui já foi dito, NES decidiu borrar a pintura e dar ordem à equipa para se ir encolhendo. O esforço final das Águias na procura do empate tem mais demérito azul e branco do que mérito próprio.

Que Nuno tenha aprendido esta valiosa lição e que não volte a cometer o erro de recuar a equipa quando esta domina o jogo por completo. De resto, é continuar a dar minutos a este onze, trocando apenas um ou outro elemento de forma esporádica mas sempre com características o mais semelhantes possíveis, para que o FC Porto se torne de novo dominante dentro de portas. Quanto à motivação para isso, está nas mãos de todos - jogadores, equipa técnica, direcção e adeptos - fazer com que nunca falte, seja contra o Benfica ou contra o Tondela.

domingo, 6 de novembro de 2016

Análise ao FC Porto vs. Benfica (1-1) - O Dragão corajoso e o Dragão covarde

O Dragão corajoso


Talvez forçado pela hipótese de ver o Benfica ficar com oito pontos de vantagem sobre o FC Porto, Nuno Espírito Santo (NES) decidiu seguir os conselhos que lhe fui dando desde que abri o FC Porto Interactivo e deixou Herrera de fora recorrendo a Corona para completar o onze inicial. E que maravilha foi ver aquela equipa jogar, com agressividade, rapidez, objectividade e atitude. Só um autêntico milagre e Artur Soares Dias, que arcou falta contra o FC Porto num lance que acabou com a bola dentro da baliza do Benfica quando foi Mitroglu o primeiro a jogar a bola com o braço, impediram quem vestia de azul e branco de chegar ao intervalo em vantagem no marcador. Foi um FC Porto avassalador como há muito não se via e que obrigou o adversário a jogar como uma equipa muito pequenina, sendo o maior exemplo o amarelo a Ederson ao minuto 48 por demorar a repor a bola em jogo. Dois minutos depois Diogo Jota marca e esse FC Porto morreu.

O Dragão covarde


O mais natural é alguém ler isto e deixar um comentário a dizer que é fácil falar de fora, mas mesmo assim tenho de o dizer: NES é o primeiro grande culpado deste empate. Aliás, fosse ele tão expedito a lançar opções ofensivas quando está em desvantagem como foi hoje a ir empurrando o FC Porto para a própria área e estávamos perante uma novidade esta época, que seria os Dragões perderem pontos. A primeira substituição (Corona por Rúben Neves) aceita-se. Era óbvio que o Benfica ia tentar passar o meio-campo e o mexicano até já tinha amarelo. O que não entendo foi a pressa para tirar Óliver, que ainda não dava sinais de quebra física, para meter e, pior de tudo, tirar Jota para lançar Herrera para ajudar numa luta a meio-campo que há muito não existia! Desde a entrada de Jiménez que o Benfica era bola directa no ataque e fé em Deus. Mas claro, um jogador que Pinto da Costa se dá ao luxo de gabar ter recusado propostas de 30 milhões de Euros por ele tem de joga sempre e lá entrou aquele que há muito está a mais no clube. E não é que por azar fez merda e até custou três pontos (os dois que perdeu juntamente com o que permitiu o adversário levar) ao FC Porto na luta pelo primeiro lugar? Um treinador experiente e com dois dedos de testa teria esperado pelo tempo de compensação e, algures pelo meio, faria entrar Boly para ajudar a travar o desespero encarnado mas, fundamentalmente, para perder tempo. Nuno não se guia por essas ideias e quis reforçar o centro do terreno...

Tenho imensa pena que uma boa exibição tenha terminado assim. Mais ainda quando adversário, como equipa pequena que foi, acabou a festejar o empate de forma eufórica. Pior, temo que venham aí uma série de novas oportunidades para um jogador que já fez de tudo para ser encostado. Porque Herrera foi caro, porque a SAD está com a corda na garganta e não pode ter um activo desde desvalorizado, porque não se pode deixar que o jogador se vá abaixo psicologicamente e porque há muito que o FC Porto se está nas tintas para os resultados desportivos - o importante é facturar.

sábado, 5 de novembro de 2016

Antevisão FC Porto vs. Benfica - Olá ou adeus


Seja por erros próprios ou de terceiro, o FC Porto chega ao Clássico de amanhã em maus lençóis. A diferença actual para o líder, cinco pontos, não deixam margem para outro resultado que não seja a vitória. Eu sei disso, os jogadores sabem disso, a comunicação social sabe disso, a SAD sabe disso, o Benfica está farto de saber isso e Nuno Espírito Santo (NES) também sabe disso. Assim sendo,só há uma solução: ser grande. O FC Porto não pode entrar em campo a ver o que quem está do outro lado faz. E quando chegar à vantagem (repare que escolhi "quando" e não "se") é imperial que a equipa não se encolha como fez em Alvalade - sim, estou a olhar para ti, Nuno.

Dito isto, é importante que o onze escolhido seja virado precisamente para esse objectivo. Não adianta colocar um médio-centro com qualidades técnicas duvidosas a fazer de falso ala como tem acontecido de alguns jogos a esta parte. Os Dragões têm de aproveitar os três corredores do campo e não apenas o central e o esquerdo. Cabe a NES garantir a titularidade a uma equipa capaz de o fazer e até elaborei alguns cenários onde o isso seria um cenário mais realista do que o actual. Corona no lugar de Herrera seria uma boa maneira de passar a mensagem aos adeptos e ao adversário que o FC Porto quer e vai jogar para ganhar.

Quanto ao adversário, duas notas: caso se verifiquem as ausências de Fejsa e Grimaldo serão uma equipa um pouco mais fraca do que o habitual. Não digo que será um adversário acessível ou fraco, mas sim um bocadinho mais suave do que habitual. Eliseu não é Grimaldo, Samaris não é Fejsa e André Almeida, certamente, não é nem Fejsa nem Grimaldo. As Águias perdem bastante com essas duas ausências e o FC Porto tem de capitalizar essa (eventual) pequena vantagem. Em especial a do sérvio que tem um enorme impacto em toda a manobra do Benfica e onde a ausência do mesmo foi bem notória nos últimos 25 minutos do passado Benfica - Dínamo de Kiev. Não tenho qualquer dúvida que se houvesse a mínima hipótese de Fejsa jogar, jogaria e que não é de todo descabido pensar que serão dois elementos, no caso André Almeida e Samaris, a jogar no meio-campo encarnado de forma a suprimir essa ausência de peso.

Mais do que nunca é fundamental ter um FC Porto personalizado, corajoso e sem medo de assumir o jogo. A possibilidade de ficar a oito pontos da liderança não pode entrar no pensamento da equipa portista, o único cenário possível é assumir este jogo como uma oportunidade rara de encurtar a distância para o Benfica para apenas dois. Qualquer outro cenário será desastroso para o FC Porto e o principio do fim como treinador da equipa azul e branca para Nuno.

Ponha-se no lugar de treinador do FC Porto e deixe um comentário com o onze que escolheria para entrar em campo amanhã.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Alternativas a Herrera


O meio-campo do FC Porto tem um problema, não há como o negar. E, embora a tentação seja enorme, não digo que esse problema se chame Herrera. Prefiro dizer que o internacional mexicano não se enquadrou bem no sistema de jogo. Nem na equipa. Há quatro épocas contando já com esta. O que é certo é que, por muito que se esforce - e acredito que o faça -, as coisas teimam em não lhe correrem bem. Face a esta situação decidi reflectir que alternativas restam a Nuno, sempre dentro do 4-4-2, para substituir Herrera no onze.

O regresso à origem


Foi este o primeiro meio-campo a quatro que Nuno escolheu. Nesse jogo, no Dragão frente ao Vitória de Guimarães, o FC Porto venceu e André André foi considerado o melhor jogador em campo. Acabou por perder o lugar porque, na opinião de muitos portistas, não fazia nada mal mas também não se destacava em nenhuma vertente. Se foi essa a justificação do treinador para lhe retirar a titularidade torna-se difícil justificar porque a mantém Herrera.

O homem da casa


Dado como dispensado por muitos, foi com enorme surpresa que o universo portista viu Sérgio Oliveira ser apresentado e logo como a camisola 3. Pouco tempo depois, acabadinho de regressar dos Jogos Olímpicos, foi opção para o jogo da segunda mão do playoff de acesso à Champions frente à Roma. Com o FC Porto a jogar na táctica com que a Selecção Sub-21 de Portugal atingiu a final do Campeonato da Europa da categoria, Nuno ganha em Sérgio um jogador capaz de desempenhar qualquer um dos quatro lugares do meio-campo.

O renascer de Rúben


Actualmente na terceira época na equipa principal dos Dragões, Rúben Neves tarda em afirmar-se, apesar de uma primeira temporada prometedora. Ter primeiro Casemiro e depois Danilo como principais concorrentes pelo lugar não ajudou, mas o jovem internacional português tem vindo a mostrar recentemente que merece ser considerado nas contas pela titularidade. Habituado à posição 6 e com uma visão de jogo e qualidade de passe bem superior à média, Rúben seria um companheiro de luxo para Danilo nas tarefas defensivas o que, automaticamente, daria um pouco mais de liberdade a Otávio e Óliver para apoiar o ataque.

Irreverência


O que se tem passado nos últimos jogos do FC Porto é tão fácil de explicar e de perceber que chega a ser desesperante constatar que o treinador ou não vê ou simplesmente não quer ver. Otávio, jogando melhor ou pior, lá consegue cumprir os mínimos para a posição de médio-interior, uma função híbrida entre o médio-centro e o extremo. Do outro lado Herrera está longe de o fazer. O resultado é simples: a equipa tem tendência a pender para o lado esquerdo, onde aparece também preferencialmente Diogo Jota, deixando Layún abandonado na direita e com a responsabilidade de dar sozinho largura e profundidade a esse flanco. Sabendo de antemão que a maioria dos adversário jogará fechada, especialmente no Dragão, Nuno não pode ter medo de jogar com Corona ou Brahimi em simultâneo com Otávio.

A escolha lógica


Maxi foi o primeiro lateral-direito de Nuno Espírito Santo como técnico dos Dragões, mas uma lesão de alguma gravidade atirou Layún para a titularidade. Desde então que o internacional pelo México se tem exibido em grande nível, justificando por completo a permanência no onze, ao mesmo tempo que o uruguaio vai mostrando serviço sempre que é chamado. A solução está à vista e até já foi testada por Nuno tanto na pré-época como ainda neste último jogo frente ao Brugge: Layún como médio.

Estas são apenas algumas opções válidas para o sector mais problemático da equipa. Cabe a Nuno escolher a melhor, porque a este ritmo tornar-se-á impossível manter Herrera como titular.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Análise ao FC Porto - Club Brugge (1-0)


Quem viu a primeira parte não previa que o Club Brugge fosse forçar o FC Porto a fazer um quarto de hora final onde se limitava a defender e perder tempo. Não é que os primeiros 45 minutos tivessem sido brilhantes, mas o domínio portista foi notório e o 1-0 verificado nesse período merecido. Na segunda metade a história foi diferente: Nuno voltou a fazer a equipa recuar por opção e foi deixando isso bem claro substituição após substituição. Mesmo assim, jogando em contra-ataque, o FC Porto teve várias oportunidades para matar o jogo e evitar aquela tremedeira final. Algumas notas:

(+) Danilo. Já não existem grandes palavras para descrever as exibições que vai assinando. Uma perda de bola desnecessária quase dava oportunidade ao Brugge de marcar mas não é o suficiente para manchar uma exibição extremamente positiva. Está uma autêntica máquina e, a continuar assim, pode ser forçado a instalar um "pirilampo" para poder trabalhar.

(+) Alex Telles. Intransponível na defesa, incansável no apoio ao ataque. Não fosse a exibição fabulosa de Danilo e seria o melhor em campo.

(+) O trio Felipe-Marcano-Danilo. Sei que já destaquei individualmente o internacional português, mas esta pequena sociedade merece também uma palavra. Fortes e destemidos a atacar a bola quando em posse do adversário são um autêntico muro à frente de Casillas. Uma espécie de Triângulo das Bermudas futebolístico, diria Freitas Lobo.

(+) Óliver e André Silva. O primeiro voltou às boas exibições, o segundo aos golos - ainda que com um bocado de sorte à mistura. Tirando isso, incansáveis como sempre, tanto a atacar como a defender.

(-) Herrera. Começa a ser um mistério perceber quais os motivos para merecer oportunidade atrás de oportunidade. Mais um jogo em que mais valia ter ficado em casa, tal foi a quantidade de passes mal medidos e de bolas perdidas de forma infantil, sendo que uma delas até lhe valeu o cartão amarelos logo aos três minutos de jogo.

(-) A gestão da vantagem. Sem que o Club Brugge apresentasse um futebol que o obrigasse, o FC Porto recuou. Assim sendo só há uma explicação: foi uma opção do treinador portista. Essa decisão aliada ao desacerto na finalização podiam ter ditado nova perda de pontos e colocado o apuramento para a fase seguinte da Liga do Campeões em causa. É importante que Nuno perceba rapidamente uma forma de gerir os resultados sem abdicar da iniciativa atacante e da posse de bola porque, acho que é demasiado óbvio, a equipa não se sente muito confortável a defender em bloco baixo.

Era importante vencer e o objectivo foi cumprido em serviços mínimos. Segue-se agora o Clássico frente ao Benfica e o cenário é o mesmo: a vitória reacende a luta pelo primeiro lugar, o empate deixa tudo em banho-maria e a derrota atira o FC Porto para bem longe da liderança.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Os rostos da revolta


Uma das coisas que me faz sentir esperança no futuro próximo do FC Porto é esta equipa. Não pelo futebol brilhante que (ainda não) pratica, mas pela vontade notória que estes jogadores - alguns de qualidade inegável e com um futuro brilhante pela frente - demonstram em fazer mais e melhor. Digo isto porque há já muito tempo que não via os jogadores portistas, juntamente com o quem estava no banco de suplentes, tirarem satisfações ao árbitro. E em Setúbal aconteceu por duas vezes: a acabar a primeira parte e no final do jogo. Não é que isso tivesse qualquer resultado prático, mas pelo menos demonstram alguma revolta e não a apatia que reinava num passado não muito distante. "Quem tem alma não tem calma", escreveu sabiamente Fernando Pessoa, e quem dá tudo como os jogadores portistas deram, independentemente do maior ou menor acerto, não pode ficar indiferente à forma como o árbitro João Pinheiro foi facilitando a vida ao Vitória de Setúbal.


"O FC Porto, em nove jogos, foi prejudicado em oito penáltis. São penáltis a mais para uma equipa só. Parece que os árbitros, quando vão apitar os nossos jogos, já estão condicionados a não marcar a nosso favor. Começa a ser um problema complicado. Os jogadores sentem que as decisões não têm sido corretas e os nossos associados também. Não estamos a ser tratados como deve ser e é hora de dizer chega!", quem o diz é Luís Gonçalves, director geral da SAD portista, em entrevista ao Jornal de Notícias. É curioso que o último a chegar ao clube seja o primeiro a sair em defesa do mesmo, mas é de salutar que haja agora alguém na administração com coragem para o fazer.

Espero que a entrega da equipa continue e que Luís Gonçalves não deixe de colocar o dedo na ferida sempre que seja preciso. Não deve haver nenhum portista que não concorde quando se diz que "é hora de dizer chega!", até porque essa hora já tinha chegado há muito... Ficava bem a Pinto da Costa juntar-se agora à voz da revolta mas, muito provavelmente, teremos de esperar por eventuais bons resultados nos jogos de amanhã e Domingo para que aquele que devia ser o primeiro a falar o faça.