segunda-feira, 3 de abril de 2017

Saber como e quando criticar


Como era de esperar, o Benfica - FC Porto do passado Sábado fez correr muita tinta. Nem falo dos habituais lacaios do clube lisboeta que perderam as últimas 48 horas a esmiuçar imagens que sirvam de atenuante a uma arbitragem que foi sempre amiga da equipa da casa, porque esses não me interessam, falo dos portistas. E dentro dos portistas há dois grupos: os que perceberam a importância de não perder na Luz, e os que acham que os primeiros festejaram um empate. Como deve ser óbvio por esta altura, estou incluído no primeiro grupo e passo a explicar porquê:

Nuno Espírito Santo (NES) definiu um plano para o jogo que, na minha opinião, passava por impedir que o jogo se partisse, ambiente no qual o Benfica vive melhor. Regressou ao 4-3-3 e abdicou de André Silva para lançar Corona, ou seja, abdicou de um jogador muitos mais objectivo e que, por isso mesmo, ajudaria a criar mais situações de "bola cá bola lá", por um que sabe parar o jogo e jogar em posse. Foi uma opção de NES e a única que pode ser criticada porque é legítimo alguém ter uma ideia diferente do que deveria ter sido a abordagem portista no Clássico. Durante o jogo, o treinador e a equipa do FC Porto fizeram o que tinham a fazer.

Como todos sabem, o Benfica entrou forte, Jonas cavou um penálti, Xistra foi iludido e aos seis minutos de jogo já o FC Porto perdia. Depois disso e até ao 1-1 quem mandou no jogo foram os de azul e branco. Benfica recuado à procura de lances de contra-ataque que nunca deram em nada e apenas em lances de bola parada iam ameaçando Casillas. Os Dragões entraram na segunda parte determinados e em pouco tempo Maxi torna realidade o pesadelo de milhares de benfiquistas: Marca golo. Ao Benfica. Na Luz. Depois disso, nova oportunidade portista com Soares a falhar semi-isolado. Ainda Iker não tinha sido visto e já Ederson salvara os Encarnados por duas vezes (livre de Brahimi e este lance de Tiquinho).

Com o jogo empatado o Benfica começou a ganhar o controlo aos poucos e para isto contribuíram alguns factores. Desde logo o facto de ser uma boa equipa, mas não menos importante foi a posição assumida pelo FC Porto em fechar a porta, e também as decisões de Xistra que foram sempre bastante amigáveis para os da casa.

Acredito convictamente que não era intenção da equipa de arbitragem prejudicar o FC Porto. Até acho que se tivesse sido todas assim durante o campeonato, o FC Porto até podia ter saído da Luz derrotado e líder da tabela classificativa. Mas é evidente que houve alguma dualidade de critérios e erros mais ou menos graves que beneficiaram o Benfica. Jonas, por exemplo, aproveitou o dia 1 de Abril para encarnar o espírito de verdadeira papoila saltitante e mostrar ao mundo quais os verdadeiros valores do clube que representa.

NES pode ter falhado no plano A e isso é sempre discutível, mas soube adaptar a equipa ao jogo e com isso evitar que o Benfica colocasse um ponto final na luta pelo primeiro lugar. A maquina de propaganda vermelha tenta vender a ideia de que o FC Porto jogou para o pontinho e que no final o festejou. Querem ver a casa a arder porque sabem que um FC Porto unido é muito mais perigoso do que um FC Porto em guerra interna e porque vivem atormentados com a ideia de não poderem facilitar num jogo que seja até à última jornada porque desta vez podem não escapar. Tenho pena que alguns portistas tenham engolido essas mentiras, mas felizmente parece que foram uma minoria: a cinco dias do FC Porto - Belenenses já foram vendidos 35 mil bilhetes e adivinha-se nova casa cheia. Até Sábado, no Dragão.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

FC Porto no Football Manager 2017 - Desafio #1: Portogal

O FM 2017 conta já com alguns meses de vida e, como é normal, já todos nós passámos a fase de ir a correr para o jogo para começar um save com o nosso FC Porto. Interessante ao início, mas cada vez menos aliciante à medida que o tempo de jogo vai avançando e os plantéis vão ficando cada vez mais irrealistas. Assim sendo, decidi lançar uma série de desafios para que continuemos a desfrutar do jogo sem termos de jogar com outras equipas que não a do nosso coração.


Desafio #1: Portogal

Este desafio é muito simples: começar um novo save com o FC Porto e contratar apenas jogadores elegíveis para jogarem pela selecção portuguesa. Considera-se que o jogador teve sucesso quando o plantel de Portugal for composto apenas por jogadores portistas. Quantas épocas achas que vais precisar?

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Novo jogo mau, nova vitória


Estoril, Sporting e Vitória de Guimarães. Três exibições sofríveis, para não dizer más, mas que acabaram com vitórias em tons de azul e branco. O FC Porto continua a perseguição a um Benfica que de futebol brilhante também tem muito pouco.

Para a deslocação a Guimarães, Nuno Espírito Santo (NES) deixou Rui Pedro a jogar pela equipa B e chamou Otávio. Mas as verdadeiras surpresas foram reservadas para o onze titular: Herrera em vez de Corona e André André em vez de Óliver. Dispensando o exaustivo enumerar de jogadas ocorridas durante os 90 minutos - até porque estão disponíveis online - prefiro avançar directamente a algumas notas:

NES parece estar a basear a equipa titular não no adversário que vai defrontar, mas sim nas dificuldades sentidas no jogo anterior. Contra o Estoril faltou largura e gente no ataque portista, frente ao Sporting o treinador dos Dragões juntou-se ao movimento #yolo e alinhou em 4-4-2, com dois extremos e dois avançados. Nesse jogo, principalmente na segunda parte, houve dificuldade em controlar o meio-campo e, por coincidência ou não, André André e Herrera apareceram hoje na equipa titular. Se a minha teoria se comprovar, em breve teremos um FC Porto de regresso ao 4-3-3, deixando para trás o actual sistema preferido.

O 4-3-3 foi fundamental nos dois últimos jogos. Foi a esse modelo táctico que NES recorreu nos dois últimos jogos para corrigir problemas que, em parte, foram criados por ele próprio. A única coisa que me preocupa é a mentalidade que o técnico portista tem mostrado: na hora do aperto, a preocupação é sempre em tapar "buracos" e não em tirar bola e iniciativa atacante ao adversário. Ultimamente te corrido bem, mas, se o caminho fosse esse, as ditas equipas pequenas venciam mais vezes.

André Silva tem sentido muitas dificuldades em entrar no jogo nos últimos tempo, mais concretamente nas duas últimas partidas. Se NES estiver sequer a ponderar jogar com apenas um ponta-de-lança, Soares é neste momento a escolha óbvia para a titularidade.

Em destaque continua o trio do costume. Danilo, Felipe e Marcano formam um muro capaz de envergonhar o idealizado por Trump. Se a isto juntarmos um Alex Telles cada vez mais importante na equipa, facilmente se percebe qual a razão para o FC Porto ser a equipa menos batida do campeonato.

Segue-se agora o Tondela, adversário que roubou dois pontos aos Dragões na primeira volta. É importante que, desta vez, a equipa do FC Porto entre em jogo empenhada e sem dúvidas quanto ao valor do adversário. Neste campo o treinador tem uma palavra a dizer, ou não tivesse sido ele o primeiro a menosprezar o Tondela ao trocar vários elementos da equipa titular nesse tal jogo realizado ainda cedo no campeonato.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Alex Telles, o bom guerreiro


Quando se olha para a época 2015/2016 do FC Porto, é impossível não ver que Layún foi um jogador essencial para a equipa. Esse facto, aliado às palavras de Pinto da Costa que davam Rafa Soares como certo na pré-época, levaram-me a pensar que a posição de lateral-esquerdo estava fechada. Dito isto, foi com algum espanto que vi Alex Telles chegar ao clube.

Do actual camisola 13 dos Dragões conhecia muito pouco; era muito bom no Football Manager e foi do Brasil para a Turquia, estando emprestado ao Inter antes de rumar à Invicta. Talvez por causa dessa transferência para o futebol turco, sempre imaginei o talentoso esquerdino como sendo um bad boy. Por isso mesmo, não fiquei muito espantado que o Galatasaray o tivesse cedido por "apenas" seis milhões e meio de euros.

Sensivelmente meio ano depois de o Brasileiro ter chegado ao Porto a minha opinião não podia ser mais diferente. É um óptimo lateral - forte fisicamente, rápido, controla bem o espaço e apoia bem o ataque - como já desconfiava, mas demonstra também ser um bom colega de equipa e de balneário a cada dia que passa.

O FC Porto precisa de mais jogadores com a raça, a personalidade e a ambição de Alex Telles. O próprio diz que quer deixar um legado no clube, eu acrescentaria uma coisa: se tiver cá tempo suficiente para isso, será um prazer vê-lo com a braçadeira de capitão e a dar o exemplo aos mais novos no grupo de trabalho.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Mais curto, mais prático, mais dinâmico


Janeiro foi uma mês positivo para o FC Porto. A distância para o primeiro lugar diminuiu, a equipa conseguiu ultrapassar - com maior ou menor dificuldade - as muitas ausências de jogadores da equipa-base e ainda deu tempo para arrumar a casa.

Evandro, Sérgio Oliveira, Adrián e Varela saíram; Soares e Kelvin entraram; Depoitre está na porta de saída. O grupo de trabalho diminuiu, mas nem por isso deixaram de haver opções para todas as posições. Nuno Espírito Santo (NES) conta agora com um grupo de trabalho mais curto, mas também mais prático e mais dinâmico. Não esquecendo também que o plantel é agora mais ajustado ao sistema táctico usado preferencialmente (4-4-2), mas facilmente adaptável a outro qualquer, basta o treinador assim o querer.

Já eliminado das taças e com uma equipa B para recorrer em caso de necessidade, não faz o menor sentido ter um plantel tão extenso como o que iniciou a época. Olhando agora em retrospectiva, nem em Agosto fazia sentido manter tantos jogadores no grupo, uma vez que as oportunidades concedidas por NES aos menos utilizados foram escassas e bastante avulsas. A equipa-base está neste momento bem identificada, o que dificulta a vida a quem procura nela entrar, fazendo da diminuição do número de elementos no plantel uma boa notícia para esses jogadores.

O grupo de trabalho não foi enfraquecido, apenas diminuído. Os jogadores que saíram pouca ou nenhuma relevância tiveram na primeira metade da época e nenhum deles era ameaça aos titulares, estando apenas a disputar oportunidades de se mostrarem com outras segundas escolhas. A partir de agora essas oportunidades estarão menos dispersas e quem as espera sentir-se-á mais perto de as conseguir. Que o digam André André ou João Carlos Teixeira, por exemplo.

O FC Porto só tem a ganhar com um plantel mais curto e mais competitivo, uma vez que obriga os titulares a darem mais para manter os lugares e, ao mesmo tempo, tem os suplentes mais preparados a assumir a titularidade caso o treinador assim o entenda. Se a isto juntarmos o apoio que os adeptos têm dado à equipa, é com muita esperança no regresso do título de campeão para a Invicta que encaro o que falta de 2016/2017.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Bola na Rede


É com enorme prazer que anuncio o arranque da minha colaboração com o portal de opinião desportiva "Bola na Rede". O primeiro texto de minha autoria sairá amanhã e aborda a posição que o Benfica tomou face às queixas portistas sobre a arbitragem. Assim sendo, a partir de hoje poderá continuar a acompanhar a minha defesa do FC Porto não só aqui no "FC Porto Interactivo" como também no site bolanarede.pt.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Esclarecimento à dúvida de Layún


"Isto vai ser sempre assim?" - perguntava Layún nas redes sociais enquanto via a arbitragem, pelas mãos de Luís Godinho, empurrar o FC Porto para fora da Taça da Liga, imitando assim o feito de João Capela na Taça de Portugal. Muitos dias depois chega a resposta: Sim, Layún, a pouca vergonha é para continuar.

José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem (CA), veio a público afirmar que não admite que a arbitragem seja o bode expiatório. Isto depois de uma explicação do CA sobre o que é um lance de mão na bola e bola na mão, usando para o segundo exemplo os lances que favoreceram o Benfica no derby com o Sporting. Se o lance de Pizzi dou de barato, já o de Semedo me parece falta evidente. Negar isto é atirar areia para os olhos de toda a gente. Mais valia Fontela Gomes ter seguido o discurso de Rui Vitória e dizer que não aceita nem admite que se ponha em causa o mérito do Benfica.

De resto as taças serviram para perceber algumas coisas além de que nunca a arbitragem permitirá que o FC Porto ganhe alguma coisa este ano: que falta a Nuno audácia na hora de forçar um golo a favor do Dragões e que faltam alternativas válidas no banco de suplentes.

Entretanto a limpeza já começou a ser feita com as saídas de Adrián, Evandro e Sérgio Oliveira e parece que Varela pode ser o próximo. Espero que para fechar o plantel cheguem o quanto antes um avançado finalizador e um extremo rápido. As lacunas estão identificadas e têm de ser resolvidas o quanto antes.

Por último um pensamento: leio por todo lado, escrito por portistas mas não só, que o FC Porto tem uma equipa de meninos e um péssimo treinador. Além disso, as arbitragens têm sido um problema grande para os Azuis e Brancos, por muito que o queiram negar. Mesmo assim a distância para o líder é de "apenas" seis pontos e eles - toda a máquina - continuam a fazer tudo para atrasar os Dragões. Há aqui qualquer coisa que não bate certo nestas premissas...